fonte extraída do texto de Carolina Tibiriça Argolo
Durante as primeiras décadas do século XX, o centro dos debates sobre identidade nacional
se direciona cada vez mais para os mulatos e o homem urbano. Exatamente no campo da
música, o samba vira símbolo nacional. A valorização pelas coisas negras e pelas coisas
brasileiras
nacional brasileira no inicio do século XX. O debate intelectual brasileiro suscitado
associado o samba como questão de identidade nacional.
Na década de 60, os intelectuais brasileiros começaram a chamar atenção para as
transformações que estava ocorrendo com as manifestações populares. Até então, a
produção acadêmica tratou o samba como folclore e como tal, deveria manter a sua
forma original, que depois veio a se transformar em música nacional. Sua avaliação sobre
o surgimento do samba como elemento formador de uma identidade nacional, passa
necessariamente pela união entre as elites da sociedade brasileira e as classes populares,
entre o erudito e o popular. A base de sustentação é a idéia de miscigenação:
Não estou querendo negar o importantíssimo papel afro-brasileiro na invenção
do samba. Também (reafirmo uma vez mais) não quero negar a existência de
uma fonte repressão à cultura popular afro-brasileira, repressão que influenciou
decisivamente a história do samba. Minha intenção é apenas complexificar esse
debate, mostrando como, ao lado da repressão, outros laços uniram membros da
elite brasileira e das classes populares, possibilitando uma definição da nossa
nacionalidade (da qual o samba é apenas um dos aspectos) centrada em torno do
concito de miscigenação. (VIANA, 1998, p.152).
Os batuques herdados da tradição africana têm, por todo território brasileiro, uma variedade
de ritmos, de coreografias, de instrumentos, de significados, enfim constituem-se como
praticas culturais em varias manifestações populares. Compreender as denominações e
conceitos utilizados para identificar é distinguir o samba e os batuques em diversos
espaços do Brasil, proporcionando uma melhor compreensão sobre o que vem a ser
denominado de samba de roda baiano.
O samba de roda como folguedo tradicional brasileiro pesquisado por musicólogos como,
por exemplo, Mário de Andrade, Câmara Cascudo, Oneyda Alvarenga, entre outros, que
caracterizam o samba de roda como sendo um conjunto de pessoas, com coro e solo de
dançarinos.
Atribuindo-se ao samba de roda, aquele praticado em Cachoeira, não existia nenhum tipo
de proibição ou até censura a respeito das praticas de roda no centro da cidade entre os anos
40 e 60 do século XX.
Na modernidade, as formas de representação social do samba de roda em Cachoeira vivem
em mudanças oriundas, provenientes do próprio sistema capitalista. A definição de cultura
popular neste contexto necessita de uma estratégia de investigação que abranja as mudanças
tanto na produção, quanto na circulação e no consumo.
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