domingo, 28 de novembro de 2010

FESTA NO CCA- Centro da Criança e Adolescente "Nª Sª Aparecida Mãe do Salvador




Sábado dia 27Nov10, ás 10horas da manhã, aconteceu a Festa   no
CCA - Centro da Criança e Adolescente na Av Diógenes Ribeiro de
Lima c/ Pça Por do Sol, contou com a participação de representantes
do Governo Paulista, apresentação de percurssão e muita capoeira, onde foram batizados aproximadamente setenta (70) entre crianças e
adolescentes, tudo sob coordenação da diretoria do centro educativo,
Renata do Proerd e Mestre Gué e contou com a participação de Mes
tre Kenura, Mestre Eli, Ten Cel Pm Andreoli, Lelo, Caco véio e outros...

sábado, 20 de novembro de 2010

FOLI "ritmo" Não há nenhum Movimento Sem ritmo, VERSÃO ORIGINAL



Ritmo vem do grego Rhytmos e designa aquilo que flui, que se move, movimento regulado. O ritmo está inserido em tudo na nossa vida.

Nas artes, como na vida, o ritmo está presente. Vemos isso na música e no poema. Temos a nos reger vários ritmos biológicos que estão sujeitas a evoluções rítmicas como o dos batimentos cardíacos, da respiração, do sono e vigília etc. Até no andar temos um ritmo próprio.[1]

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

CAPOEIRA ANGOLA EM OSASCO - N'GOLO LA MUANDA

Sábado dia 30out2010, aconteceu a Roda de Capoeira mensal da N'golo la Muanda, coordenada por Marcelo Finco e Henrique Japinha, contando com as presenças de: Tizíl, Tuca, Rafael(Mestre Ananias), Arroz, Luiz Poeira, Manteiga e Teimoso(Irmãos Guerreiros), Daniel(Nova Geração de Angola), Robinho(Capoeira Mandinga), Didico, Caco Véio, Samáris, Gleise, Brigída e outros capoeiristas, não podendo esquecer da presença importantissíma da assistência(público), notadamente preenchido por lindas mulheres, assistência essa, que a cada mês aumenta para prestigiar a capoeiragem. O que é muito interessante, é a "inclusão" alí presente, com capoeiristas tanto da REGIONAL e ANGOLA, onde pelo que parece a casa é fundamentada na angola, mas segundo Marcelo Finco, o primordial é o "ritmo bem tocado, a amizade e o respeito mútuo, não sendo interessante rotular a Capoeira", e quem ganha com isso??? com certeza somos nós, a nossa cultura, etc... Não podemos esquecer também do maravilhoso "Baião de Dois", que foi servido após a Capoeira, feito pelos Mestres da Culinária a Dona Naty e o Rodrigo!!!quem foi, foi...quem não foi, não foi e perdeu!!!deixa para a próxima.    

terça-feira, 2 de novembro de 2010


Década de 1930 Neste período, Agenor Moreira Sampaio (SP/1891 – RJ/1962), paulista, de Santos, mais conhecido como Sinhozinho, inicia sua carreira na capoeiragem. Ainda adolescente, ele mudara-se para o Rio de Janeiro, onde virou uma lenda e uma legenda. Embora com respeitável número de cursos básicos, inclusive de História e Francês, foi um autodidata em Educação Física, esporte em geral e capoeiragem em particular. Extremamente criativo desenhava um método para cada aluno e, com isto, especializou-se em formar campeões. Assim como livros (ODC, Zuma etc) e dezenas de artigos voaram do Rio, então capital, para os demais estados, o estilo Sinhozinho também viajou através de inúmeros de seus alunos. André Jansen, por exemplo, considerado na década de 1940 o melhor capoeira do Brasil, visitou vários estados demonstrando a eficácia de sua arte marcial.
  

ALONGAMENTO

O importante é saber se o alongamento tem por objetivo manter ou desenvolver a flexibilidade, perceber o momento de tensão para se alongar, manter uma postura adequada e alongar-se continuamente com técnica e percepção corporal.
Em geral, são prescritos para a saúde exercícios de alongamentos três vezes por semana e permanência de trinta segundos no alongamento com baixa tensão. Essa indicação tem por objetivo o desenvolvimento da flexibilidade, pois exercícios de alongamento podem ser feitos diariamente com objetivo de eliminar a tensão muscular.
Exercícios de alongamento podem ser realizados antes e depois do período de trabalho, no começo da noite ou no principio do dia, exceto se houver dor tardia, pois nesse caso as indicações diárias são feitas com leve tensão e duração.
Uma indicação para o profissional de atividades físicas é verificar o momento apropriado para se fazer alongamento. Se o local for uma empresa, verificar junto ao departamento médico o horário em que mais incidem as lesões e/ou queixas de dor, para assim estabelecer o programa de flexibilidade. É o cliente que deve perceber os níveis e locais de tensão muscular.
Adams et al.(1987) em um estudo sobre a variação diurna e a carga suportada na coluna lombar, verificaram as alterações das cargas nos discos lombares e na extensibilidade ligamentar. Essas mudanças basearam-se na deformação dos músculos ao desenvolverem a flexibilidade transiente. Observaram também que levantamentos e flexões no período da manhã provocam fadiga e danos nos discos que as mesmas atividades realizadas no período da tarde.
Assim, a flexibilidade dessas estruturas ajuda a amenizar a sobrecarga da articulação intervertebral. Pessoas que ficam muito tempo numa posição, a exemplo dos motoristas, digitadores etc... podem sofrer retração nos tecidos musculares, alterando sua forma periodicamente. Então, caso sejam realizados trabalhos com sobrecarga, há mais riscos de lesões (Payne, 1998); daí a necessidade de fazer exercício de alongamentos após as atividades do cotidiano.
Krag, apud Renstrons, (1993) observou que um individuo pode diminuir até 17mm em estatura nas duas primeiras horas do dia devido à deformação dos discos intervertebrais. Nesse sentido, uma breve análise parece evidenciar que os exercícios de alongamento realizados no período da manhã, antes do expediente, também são importantes para a saúde dos discos vertebrais.
          Tanto os tecidos contráteis (sarcômeros), como os não contráteis (fascias, tendões e ligamentos), tem propriedades elásticas e plásticas. Se há intenção de ocasionar deformação no tecido à longo prazo, a tensão aplicada deve alcançar, e até mesmo, superar ligeiramente o limite elástico do tecido e mante-lo por determinado tempo, ou seja, é necessário procurar manter o equilíbrio na atividade de alongamentos e conhecimento, pois é de suma importância na prática esportiva. O sistema muscular acometido de encurtamento ou insuficiência de flexibilidade aumenta a estimulação dos agonistas via fuso muscular ao acionar o músculo para contrair-se, tornando-o mais rígido e os seus antagonistas mais lassos. Como consequência, instala-se um sistema hipotônico antagonista e um hipertônico agonista, instalando a assimetria, causando; aumento do gasto energético; desestabilização da postura; utilização de fibras compensatórias; compressão das fibras nervosas; aumento das incidências de cãibras e dor”; prejuízo da técnica nas habilidades.

Fonte; EXERCICIOS DE ALONGAMENTO
Anatomia e fisiologia
Abdallah Achour Junior
 

A CAPOEIRA E SAÚDE

1. DEFINIÇÕES

1.1    DEFINIÇÃO DE SAÚDE
               Na atualidade, saúde tem sido definida não apenas como a ausência de doenças. Saúde se  dentifica como uma multiplicidade de aspectos do comportamento humano voltado a um estado de completo bem-estar físico, mental e social. Pode-se também, definir saúde como uma condição humana com dimensões física, social e psicológica, cada uma caracterizada por pólos positivo e negativo. A saúde positiva estaria associada com a capacidade de apreciar a vida e de resistir aos desafios do cotidiano, enquanto a saúde negativa estaria associada com a morbidade e, no extremo, com a mortalidade.

1.2 DEFINIÇÃO E ASPECTOS HISTÓRICOS DE ATIVIDADE FÍSICA
Retornando aos primórdios da humanidade, podemos dizer que durante o período que se convencionou pré-histórico o homem dependia de sua força, velocidade e resistência para sobreviver. Suas constantes migrações em busca, de moradia fazia com que realizasse longas caminhadas ao longo das quais lutava, corria e saltava, ou seja, era um ser extremamente ativo fisicamente.
Mais tarde na antiga Grécia, a atividade física era desenvolvida na forma de ginástica que significava “a arte do corpo nu”. Estas atividades eram desenvolvidas com fins bélicos (treinamento de guerra), ou para treinamento de gladiadores. A atividade física escolar na forma de jogos, danças e ginástica surge na Europa no início do século XIX. Atualmente, atividade física pode ser entendida como qualquer movimento corporal, produzido pela musculatura esquelética, que resulta em gasto energético, tendo componentes e determinantes de ordem biopsicossocial, cultural e comportamental, podendo ser exemplificada por jogos, lutas, danças, esportes, exercícios físicos, atividades laborais e deslocamentos. (PITANGA, v.10; n 3; pg 40-54, 2002).

1.2.1 CONHECER O PRÓPRIO CORPO
O corpo, assim como a cultura, tem um caráter polissêmico, isto é, pode assumir vários significados. E, ao pensarmos deste modo, conhece-lo pode significar várias coisas. A elaboração de conhecimentos sobre o corpo passa por suas atribuições de sentido ao longo do tempo, culminando na complexidade dos dias atuais. São vários os elementos que tornam a compreensão do corpo complexa ou de melhor poder entende-lo quanto à sua funcionalidade saudável, uma boa forma é a da prática de esportes, quer sejam, modalidades individuais ou coletivas. (DARIDO, RANGEL; pg. 138, 2005).

2. A CAPOEIRA.
Capoeira é arte, capoeira é dança, capoeira é atividade física, capoeira é luta e capoeira é saúde. Para cada um capoeira pode ser outra coisa. Cada um pode ver nela aquilo que quer ver: para alguns a capoeira pode significar uma opção de vida igualmente que para outro jamais será mais que um momento de distração ou ginástica agradável. Seja como for, há uma opinião que achamos correta e esta diz que a Capoeira somos sobretudo nós, quando à praticamos, o nosso corpo quando se move e seus resultados fisiológicos e a nossa mente que  em nenhum momento em sua atividade, deixa de pensar. Porque pensar na Capoeira é jogar e jogar Capoeira sem pensar não é possível.(Burianová, Suzana; Ph. D., BIRKO, 2007).

2.1 CAPOEIRA E SAÚDE
No momento em que se toca no assunto do ritmo, da musica e gestualidade corporal, a ligação com a dança aparece. Da dança podemos citar a ginga como sendo um ponto que a aproxima da Capoeira. Reis (l993) aponta para a aproximação da ginga com a dança quando afirma que; “A ginga é ritmada pelo som do berimbau. Por intermédio dela, o corpo de seus praticantes descrevem círculos no espaço circular da roda, o corpo dança, aproximando a Capoeira do lúdico”.(Darido e Rangel; pg. 270, 2005).
Nesse momento de movimentos, várias são as reações promovidas, não somente orgânicas ou motoras mas também cognitivas. Nas orgânicas teremos as reações fisiológicas e hemodinâmicas (circulação sanguinêa, batimentos cardíacos e contrações involuntárias dos músculos lisos, vias metabólicas, queima de gordura, adequação da pressão arterial (hipotensão pós-exercício) e etc...), nas motoras; o aprimoramento das capacidades físicas (força, flexibilidade, resistência, velocidade, potência, etc...), bem como as habilidades motoras, sendo a cognitiva que leva o praticante a raciocinar, a se sobressair através de movimentos ao seu oponente de jogo. Todas essas reações são positivas no que diz respeito à saúde, contando também com o conhecimento que seu praticante adquiri sobre si mesmo, suas potencialidades e a história de seus antepassados. 



Referências bibliográficas:
PITANGA, “Epidemologia, Atividade Física e Saúde” Revista Brasileira da  Ciência e Movimento, v.l0, n 3: pg 49-54;  Brasília 2002.
DARIDO E RANGEL; “Educação Física na Escola”; pg 138; Editora Guanabara; Rio de Janeiro, 2005.
 BURIANOVÁ, Ph Dr. S.; “Capoeira, Arte Marcial ou Filosofia da Vida” – BIRKO, 2007.
   

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

MOV07992.MPG

Capoeira Angola em Osasco - N'golo Ia Muanda

Sábado dia 30out2010, aconteceu a Roda de Capoeira mensal da N'golo la Muanda, coordenada por Marcelo Finco e Henrique Japinha, contando com as presenças de: Tizíl, Tuca, Rafael(Mestre Ananias), Arroz, Luiz Poeira, Manteiga e Teimoso(Irmãos Guerreiros), Daniel(Nova Geração de Angola), Robinho(Capoeira Mandinga), Didico, Caco Véio, Samáris, Gleise, Brigída e outros capoeiristas, não podendo esquecer da presença importantissíma da assistência(público), notadamente preenchido por lindas mulheres, assistência essa, que a cada mês aumenta para prestigiar a capoeiragem. O que é muito interessante, é a "inclusão" alí presente, com capoeiristas tanto da REGIONAL e ANGOLA, onde pelo que parece a casa é fundamentada na angola, mas segundo Marcelo Finco, o primordial é o "ritmo bem tocado, a amizade e o respeito mútuo, não sendo interessante rotular a Capoeira", e quem ganha com isso??? com certeza somos nós, a nossa cultura, etc... Não podemos esquecer também do maravilhoso "Baião de Dois", que foi servido após a Capoeira, feito pelos Mestres da Culinária a Dona Naty e o Rodrigo!!!quem foi, foi...quem não foi, não foi e perdeu!!!deixa para a próxima.    

ORQUESTRA DE BERIMBÁUS DO MORRO DO QUEROSENE

Lançamento do CD "Sinfonia do Arame" e comemoração do Dia do Saci.
Convidados Especiais:
-Nasi
-Orquestra de Tambores de Aço
-Quarteto Pererê
-Tião Carvalho

O evento aconteceu no Auditório Ibirapuera dia 31/10 e estava de casa cheia, para complementar Dinho Nascimento e em especial o público, contou com a presença do ilustre Mestre do Samba OSVALDINHO DA CUICA, que elogiou a apresentação e disse para que o povo brasileiro faça pensamento firme e reinvidique para que na abertura da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, tenha início com a apresentação de Dinho Nascimento e a Orquestra de Berimbáus do Morro do Querosene, muito bacana!!!temos que valorizar o que é nosso.










sábado, 23 de outubro de 2010

Topedera Piauí
Coraçado in Bahia
Marinheiro absoluto
Chego pintando arrelia
Quando vê cobra assanhada
Não mete o pé na rodia
Se a cobra assanhada morde
Que fosse a cobra eu mordia
Mataro Pedro Minero
Dentro da Secretaria1
   As rodas de capoeira realizadas em diferentes espaços da cidade de
Salvador ainda preservam as tradições dos conflitos de rua dos capoeiras
da Bahia dos primórdios do século XX. As vidas de Pedro Mineiro,
Samuel da Calçada e Besouro Mangangá podem ser entrevistas através
das cantigas que ainda hoje acompanham e dão o ritmo a cada jogo, tal
como a ladainha, acima citada, que se refere a um episódio da vida de
Pedro Mineiro. Quem era este capoeira e que história era essa? Lenda?
Mito? Fantasia? Não. No dia 28 de dezembro de 1914, um homem chamado
Pedro Mineiro sofreu um atentado dentro da Secretaria de Segurança
Pública do Estado da Bahia.
        Aparentemente, tudo começou semanas antes do episódio ocorrido
na Secretaria. Desde o início de dezembro a rua do Saldanha andava em pé
de guerra por causa de um grande tiroteio promovido por marinheiros (que
estavam “em promiscuidade” com “mulheres de vida fácil”) e outros “indivíduos
afeitos à desordem”. Na ocasião, várias prostitutas foram presas
acusadas de terem sido o “móvel” da confusão, e os marujos indignados
foram até a casa do capitão Cyrillo para agredi-lo e exigir que ele colocasse
as mulheres em liberdade.2 Este fato causou um clima de grande tensão,
que, tudo indica, foi aumentando com o passar do tempo.
No dia 26 de dezembro, um outro conflito a bala explodiu entre
capoeiras e um grupo de marinheiros do torpedeiro Piauhy, chegado do
Rio de Janeiro há três meses. O palco da desordem foi o botequim do
Galinho, onde os marinheiros jantavam quando foram atacados pelos
capoeiras Pedro Mineiro, Sebastião de Souza, e por um indivíduo chamado
Antônio José Freire, também conhecido por Branco. O tiroteio
durou cerca de 15 minutos, provocando grande alvoroço e muita correria.
Todos os botequins, lojas, armazéns e residências da região fecharam
portas e janelas, ficando em campo apenas os contendores, armados
de faca e pistola. Na luta, dois marinheiros foram mortos: José Domingos
dos Santos, que trazia consigo uma faca, e Francisco Hollanda
Wanderley, cujo espólio nada tinha de valor.3 Os demais marinheiros
Feridos, conseguiram escapar e voltar ao navio. Pedro Mineiro, Sebastião
e Branco tentaram fugir pelas ruas da Sé, mas foram presos por guardas
civis e pessoas do povo, conduzidos ao posto policial mais próximo e de
lá transferidos para a Secretaria de Segurança Pública.
        As razões desse conflito, logo designado de “o crime do Saldanha”,
são um pouco confusas. A versão mais difundida é que ele foi conseqüência
de uma briga entre Pedro Mineiro e um dos marujos envolvidos,
ocorrida na noite anterior, por ciúmes de uma prostituta. Mestre Noronha
narra, por exemplo, que o conflito do “botequinho de propriedade de
Galinho no Largo da Sé” ocorreu porque a amante de Pedro Mineiro, a
garçonete Maria José, aceitara o convite de um dos marujos que “pegou
a gostar dela [...] foi quando Pedro Mineiro matou um marinheiro e jogou
o outro pela janela do 1o andar [...]”.4 No entanto, as declarações do
sargento do posto policial da Sé, Marinho Vaz Sampaio, trazem novos
elementos para a compreensão do fato.
          Segundo contou, dias antes, na rua das Campelas, ele fora atacado
a tiros por um dos marinheiros envolvidos na refrega, que, aliás, já o
tinha ameaçado desde a véspera por ter prendido uma meretriz. Nessa
ocasião, Pedro Mineiro e Sebastião vieram em seu auxílio e foram agredidos
por vários marinheiros, tendo existido, portanto, uma contenda
anterior entre os dois grupos. Talvez ao invadirem o botequim do Galinho,
os capoeiras pretendessem se vingar dos marujos, por vontade própria
ou a mando do sargento, que acabou também sendo preso e acusado de
ter sido o responsável pelo assassinato dos marinheiros.
          O inquérito sobre “o crime do Saldanha” ocorreu na Secretaria de
Segurança Pública. No dia dos depoimentos formou-se uma grande multidão
em frente ao prédio. Pedro Mineiro foi um dos primeiros a ser
interrogado. Segundo a imprensa, “ perguntado qual a sua profissão,
declara ser empregado da polícia e que exercia suas funções por toda a
cidade; perguntado em que caráter, diz que de subdelegado da polícia e
que não dizia como delegado, porque respondia ao dr. Delegado, pois se
respondesse ao chefe, dizia como delegado, por lhe ser inferior; perguntado
por ordem de quem se arvorava em autoridade disse que por ordem
do chefe e do delegado”.6
          Sobre o crime em si respondeu com evasivas, afirmando ser “secreta
da polícia e que, estando em casa a tomar café em companhia de
Sebastião e Branco, ouvira grande alarido na rua, pelo que saiu, sendo
agredido por marinheiros, procurando se defender com uma faca, nada
sabendo dizer sobre a morte dos marinheiros”.7 A este depoimento se
seguiu o dos dois outros réus, Sebastião e Branco, que também se declararam
“secretas da polícia”, passando-se então ao auto de perguntas às
vítimas. Foi aí que aconteceu o inesperado, um dos marinheiros do Piauhy,
sentindo-se insultado, atirou contra Pedro Mineiro, dentro da chefatura
de polícia e diante das autoridades. Assim, de acusado, Pedro Mineiro
passou também a vítima, pois foi gravemente atingido no ombro, na
perna e na região lombar.
           Durante dias, o “crime do Saldanha” e o atentado a Pedro Mineiro
foram manchete de primeira página, especialmente no jornal A Tarde. E
como toda a imprensa se interessou pelo assunto, a troca de correspondência
entre o Chefe de Polícia e o Comandante do Piauhy acabou sendo
divulgada. Na primeira carta, Álvaro Cova, manifestando sua estranheza
diante do fato de marujos requisitados a prestarem depoimento como “informantes
e testemunhas de um processo” se “apresentarem armados em
condições de praticarem tão vergonhosa selvageria”, declarou que o atentado
feito a Pedro Mineiro dentro “edifício sede da alta administração
policial do Estado” significava uma afronta, uma espécie de vingança dos
marinheiros à própria corporação da polícia. Em resposta, o Capitão Carlos
explicou que nenhum marinheiro tinha autorização para descer em terra
armado, e que condenava formalmente tal atentado.
           Cabe dizer, todavia, que o estado de saúde de Pedro Mineiro piorava
a cada dia depois do atentado. E, segundo a matéria publicada pelo
jornal A Tarde de 14 de janeiro de 1915, Mineiro, certo de sua morte,
pediu a sua companheira Graciliana Maria da Conceição que lhe trouxesse
uma roupa preta e uma navalha que deixara em sua mala, pois
pretendia poupar seu sofrimento se suicidando. No entanto no momento
em que levava a navalha até o pescoço, um dos policiais o impediu de se
matar.11 No dia seguinte Pedro José Vieira veio a falecer no hospital
Santa Izabel, em virtude dos ferimentos. De acordo com o Diário de
Notícias, o morto respondera a Júri quatro vezes e fora preso em uma
centena de ocasiões. Antes de morrer confessou que “os autores da morte
dos marinheiros do Piauhy eram Sebastião de Souza e Conrado José
dos Santos, mas que ele também tomara parte no conflito, espancando
outros marinheiros do destróier”. Tinha 27 anos de idade e foi enterrado
no cemitério da Quinta dos Lázaros.12



                                                                                                                                       fonte; Adriana Albert Dias**

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

AULAS DE CAPOEIRA
ESCOLA DE DANÇA E ARTE DO CORPO STEMPINIEWISKI
Rua Dr Alberto Seabra nº 1040 - Alto de Pinheiros - São Paulo
fone 3021-0917 e 7817-4546
Prof Caco véio - cref 069538-G/SP

-Professor de Capoeira
-Formado em Educação Física
-Personal em Capoeira, com a disposição de horários
  no período da tarde e a noite, com exceção de Segun-
 das e quartas feiras. 
Amigos levem bebidas que o caldo é por conta da casa!!!!

domingo, 10 de outubro de 2010

ATIVIDADE FÍSICA

Durante muito tempo, a inatividade fisica foi considerada somente um fator de risco secundário no desenvolvimento da doença coronariana, isto é, um estilo de vida sedentário aumentaria o risco de doença coronariana, somente se os outros fatores primários de risco estivessem presentes. No entanto, isto não é mais considerado verdade. Estudos recentes sugerem que a inatividade física é um importante fator de risco de doença coronariana, similar ao tabagismo, à hipertensão e ao nível sérico de colesterol elevado. Esses estudos também demonstram que a atividade física vigorosa regular é útil na redução de doença coronariana entre os tabagistas e hipertensos. Baseando-se nessas evidências cada vez maiores, a AMERICAN HEART ASSOCIATION, reconheceu a inatividade física como um fator de risco primario ou maior. Finalmente, estudos epidemiologicos recentes mostram que os aumentos da atividade física e do condicionamento, estão associados a uma redução da taxa de mortalidade geral, inclusive da doença coronariana. Isso significa que a atividade física deve ser utilizada com outras terapias, para reduzir o risco de doença coronariana daqueles que apresentam outros fatores de risco.   

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O MÚSCULO


















O músculo é o único tecido capaz de desenvolver tensão ativamente. Essa característica permite ao músculo esquelético, ou estriado, realizar as importantes funções de manter a postura ereta do corpo, movimentar seus membros e absorver os choques. Levando-se em conta que o músculo somente consegue desempenhar essas funções quando devidamente estimulado, o sistema nervoso e o sistema muscular humanos recebem com freqüência a denominação coletiva de “sistema neuromúscular”. Quatro, são as principais propriedades comportamentais do tecido muscular; extensibilidade, elasticidade, irritabilidade e a capacidade de desenvolver tensão (contração).  Essas propriedades são comuns a todos os tipos de músculo, ou seja, estriado esquelético (músculos que envolvem o corpo humano e que possibilitam os deslocamentos, movimentos em geral, mantém o esqueleto ereto e protegem as vísceras), liso (órgãos e vísceras) e o cardíaco (somente encontrado no coração). Existem cerca de 434 músculos no corpo humano, perfazendo de 40 a 45% do peso corporal da maioria dos adultos. Os músculos se distribuem aos pares nos lados direito e esquerdo do corpo, com os demais participando em atividades como controle ocular e deglutição. Quando ocorre tensão em um músculo, certas considerações biomecânicas, como a magnitude da força gerada, a rapidez com que a força é desenvolvida e o período de tempo durante o qual a força pode ser mantida, são afetadas pelas características anatômicas ou fisiológicas especificas do músculo.  Sendo assim é interessante pensar que, se o corpo humano tem em metade de seu peso a sua musculatura, dentre ela o músculo liso (órgãos e vísceras), o músculo cardíaco (coração), será que muitas das enfermidades não poderiam ser evitadas, se nós, fizéssemos o uso devido ou facilitasse o seu desempenho em curso normal para o qual o mesmo foi criado, trabalhando suas propriedades???  De que forma??? Atividades, movimentação sistematizada, etc...

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

CAPOEIRA; sinônimo de socialização e interação





DESENVOLVIMENTO MOTOR HUMANO

                 O que é Desenvolvimento Motor Humano?

É a contìnua alteração no comportamento motor ao longo do ciclo da vida, proporcionada  pela interação entre as necessidades da tarefa, a biologia do individuo e as condições do ambiente. 
A aquisição de competência em movimentos é um processo extenso, que começa com os primeiros movimentos reflexos do recém-nascido e continua por todo a vida. O processo pelo qual um individuo progride a partir da fase de movimentos reflexos para as fases de movimentos rudimentares e fundamentais e, finalmente, para a fase de habilidades motoras especializadas do desenvolvimento é influenciado por fatores internos às tarefas, ao individuo e ao ambiente.
Os movimentos rudimentares formam uma base importante sobre a qual as habilidades motoras fundamentais são desenvolvidas. As habilidades motoras fundamentais são padrões de movimentos básicos que começam a se desenvolver aproximadamente no mesmo período em que a criança aprende a caminhar independentemente e a movimentar-se livremente pelo ambiente. Essas habilidades básicas locomotoras, manipulativas e estabilizadoras passam por um processo definido e observável da imaturidade para a maturidade. Essa fase inclui os estágios; inicial, elementar e maduro. A realização do estágio maduro é influenciada grandemente pelas oportunidades para a prática, pelo encorajamento e pelo ensino em um ambiente que propicie o aprendizado. Em circunstâncias adequadas, as crianças são capazes de desempenhar, no estágio maduro, por volta dos 6 anos de idade, a maioria dos padrões de movimentos fundamentais. As habilidades motoras fundamentais de crianças que estão entrando na escola muitas vezes não estão completamente desenvolvidas. Os anos iniciais da escola, portanto, são a oportunidade para  desenvolver habilidades motoras fundamentais até níveis maduros. Essas habilidades passarão por processos de melhoria e de refinamento para formar as habilidades motoras especializadas tão necessárias a tarefas recreativas, competitivas e da vida diária.
A fase de habilidades motoras especializadas do desenvolvimento é, na essência, a elaboração da fase fundamental. Habilidades especializadas são mais precisas do que habilidades fundamentais, pois freqüentemente envolvem a combinação de habilidades motoras fundamentais e requerem maior grau de precisão. As habilidades especializadas envolvem três estágios relacionados. O estágio transitório corresponde, tipicamente, ao nível da criança do primeiro ao quarto ano do Ensino Fundamental. Nesse nível, as crianças estão envolvidas em suas primeiras aplicações reais dos movimentos fundamentais ao esporte. Se as habilidades fundamentais, usadas em uma atividade esportiva particular, não estão no nível maduro, a criança recorrerá a padrões elementares ou menos maduros de movimento. Deveria ser óbvio que envolver crianças no refinamento de habilidades esportivas antes de atingirem níveis maduros de habilidades fundamentais, não é atitude sábia. Quando isso acontece, os movimentos imaturos encontrados nos padrões básicos são transportados para as habilidades esportivas relacionadas, com certeza não haverá movimentos com profunda habilidade. A criança na verdade, regressará ao seu padrão característico. É importante que um ensino e um treinamento sensíveis sejam incorporados nesse ponto. Assuntos como esse, são pertinentes a sua aplicação, para que se possa atender a demanda na infância do ser humano, para que esse possa vir a ter uma infância, adolescência e passagem para a vida adulta de forma saudável e preparada para o que a vida nos reserva.
      


                                                                  Fonte: “ COMPREENDENDO O DESENVOLVIMENTO HUMANO “
                                                                                                 David L. Gallahue e John C. Ozmun – Phorte

terça-feira, 5 de outubro de 2010



                                       
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

                                                             CENTRO DE DESPORTOS

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Campus Universitário/Trindade - Florianópolis-SC

                               CEP: 88040-900 - Tel: (048) 231 9366 - Fax: (048) 231 9927




DISCIPLINA:  EDUCAÇÃO FÍSICA PARA A GRADUAÇÃO
MODALIDADE: CAPOEIRA MISTA  (Optativa)
CÓDIGO - DEF 5225  -  TURMA: 0467C
CARGA HORÁRIA: 54 HORAS/AULA (3 aulas semanais)
CRÉDITOS: 03 (TRÊS)
SEMESTRE: 97/1
PROFESSOR: JOSÉ LUIZ CIRQUEIRA FALCÃO
LOCAL: SALA 707  e  GINÁSIO DE  ALUMÍNIO

A Capoeira Angola[1]

            Há uma grande controvérsia em torno da Capoeira Angola, o que faz com que este seja um dos mais difíceis, senão o mais difícil tema para se discutir na capoeira. Muitos capoeiristas acreditam que a Angola é simplesmente uma capoeira jogada mais lentamente, menos agressiva e com golpes mais baixos, com maior utilização do apoio das mãos no chão. Outros explicam que ela contém o que há de essencial da filosofia da capoeira. Há ainda aqueles que, mais radicais, chegam a afirmar que a Capoeira Angola foi completamente superada na história dessa arte-luta pelas técnicas mais modernas, que seriam mais eficientes e adequadas aos tempos atuais, dizendo que é mero saudosismo querer recuperar as tradições da Angola.
            Para que se possa compreender a questão, algumas perguntas devem ser respondidas: A Angola é um "estilo" de capoeira, da mesma forma que há vários estilos de karate, com técnicas bastante distintas entre si? Todo capoeirista deve optar entre ser um "angoleiro" ou um praticante da Capoeira Regional, criada por Mestre Bimba por volta de 1930? Seria possível jogar a Capoeira Angola de maneira idêntica àquela jogada pelos velhos mestres, que tiveram o seu auge no começo deste século? E, ainda: é possível, nos dias de hoje, traçar uma rigorosa separação entre as principais escolas da capoeira, Angola e Regional?
            De uma maneira geral, a Angola é entendida como a capoeira antiga, anterior à criação da Capoeira Regional. Dessa forma, a distinção Angola/Regional é muitas vezes entendida como uma separação nestes termos: capoeira "antiga"/capoeira "moderna". No entanto, a questão não é tão simples assim, uma vez que não houve simplesmente uma superação da Angola pela Regional. Além disso, defender hoje em dia a prática da Capoeira Angola não é apenas querer voltar ao passado, mas buscar na capoeira uma visão de mundo que questionou, desde o princípio, o conceito de eficiência.
            Quando a Regional surgiu, já existia uma tradição consolidada na capoeira, principalmente nas rodas de rua do Rio de Janeiro e da Bahia. Depoimentos obtidos junto aos velhos mestres da capoeira da Bahia lembram nomes importantíssimos na história da luta, como Traíra, Cobrinha Verde, Onça Preta, Pivô, Nagé, Samuel Preto, Daniel Noronha, Geraldo Chapeleiro, Totonho de Maré, Juvenal, Canário Pardo, Aberrê, Livino, Antônio Diabo, Bilusca, Cabelo Bom e outros, aos quais já nos referimos anteriormente. São inúmeras as cantigas que lembram os nomes e as proezas destes capoeiristas, mantendo-os vivos na memória coletiva da capoeira.
            Um capoeirista de grande destaque entre os que defendiam a escola tradicional foi Mestre Waldemar da Liberdade, falecido em 1990. Em 1940, Mestre Waldemar já conduzia a roda de capoeira que viria a ser o mais importante ponto de encontro dos capoeiristas de Salvador, aos domingos, na Liberdade. Infelizmente, na sua velhice Mestre Waldemar não teve o reconhecimento que merecia, e não foram muitos os capoeiristas mais jovens que tiveram a honra de conhecê-lo e ouvi-lo contar suas histórias. Morreu na pobreza, como outros capoeiristas célebres, como Mestre Pastinha.
            Alguns dos frequentadores das famosas rodas de capoeira tradicional de Salvador ainda dão sua contribuição ao desenvolvimento desta arte-luta, ministrando cursos, palestras e, em alguns casos, apesar da avançada idade, ensinando capoeira regularmente em instituições, principalmente em Salvador.
            Conforme foi salientado anteriormente, com o aparecimento de Mestre Bimba, iniciou-se a divisão do universo da capoeira em duas partes, em que uns se voltaram para a preservação das tradições e outros procuraram desenvolver uma capoeira mais rápida e direcionada para o combate. Como nos informaram os velhos mestres da capoeira baiana, a expressão Capoeira Angola ou Capoeira de Angola somente surgiu após a criação da Regional, com o objetivo de se estabelecer uma designação diferente entre esta e a capoeira tradicional, já amplamente difundida. Até então não se fazia necessária a diferenciação, e o jogo se chamava simplesmente capoeira.
            Sabemos que o trabalho desenvolvido por Mestre Bimba mudou os rumos da capoeira, no entanto, muitos foram os capoeiristas que se preocuparam em mostrar que a Angola não precisaria sofrer modificações técnicas, pois já continha elementos para uma eficaz defesa pessoal.
            Após o surgimento da Regional, portanto, iniciou-se uma polarização na capoeira baiana, opondo angoleiros e discípulos de Mestre Bimba. A cisão ficou mais intensa a partir da fundação, em 1941, do Centro Esportivo de Capoeira Angola em Salvador, sob a liderança daquele que é reconhecido como o mais importante representante desta escola, o Mestre Pastinha (Vicente Ferreira Pastinha, 1889-1981). O escritor Jorge Amado descreveu este capoeirista como "um mulato pequeno, de assombrosa agilidade, de resistência incomum. (...) Os adversários sucedem-se, um jovem, outro jovem, mais outro jovem, discípulos ou colegas de Pastinha, e ele os vence a todos e jamais se cansa, jamais perde o fôlego" (Amado,1966:209)
            Talvez pelo fato de a Capoeira Regional ter se expandido amplamente pelo Brasil, principalmente como uma modalidade de luta, passou-se a difundir a idéia de que a Angola não dispunha de recursos para o enfrentamento, afirmando-se ainda que as antigas rodas de capoeira, anteriores a Mestre Bimba, não apresentavam situações reais de combate. Porém, os velhos mestres fazem questão de afirmar que estes ocorriam de uma forma diferente da atual, em que os lutadores se valiam mais da agilidade e da malícia - ou da "mandinga", como se diz na capoeira - do que da força propriamente dita.
            Mestre Pastinha, em seu livro Capoeira Angola, afirma que "sem dúvida, a Capoeira Angola se assemelha a uma graciosa dança onde a 'ginga' maliciosa mostra a extraordinária flexibilidade dos capoeiristas. Mas, Capoeira Angola é, antes de tudo, luta e luta violenta" (Pastinha,1964:28).
            Sendo uma prática comum no cotidiano dos anos 30, a capoeira não exigia de seus praticantes nenhuma indumentária especial. O praticante entrava no jogo calçado e com a roupa do dia-a-dia. Nas rodas mais tradicionais, aos domingos, alguns dos capoeiristas mais destacados faziam questão de se apresentar trajando refinados ternos de linho branco, como era comum até meados deste século. Além disso, é importante observar que tradicionalmente o ensino da antiga Capoeira Angola ocorria de maneira vivencial, isto é, de forma espontânea, sem qualquer preocupação metodológica. Os mais novos aprendiam com os capoeiristas mais experimentados diretamente, com a participação na roda. Embora já em 1932 tenha sido fundada por Mestre Bimba a primeira academia de capoeira, no Engenho Velho de Brotas em Salvador, o aprendizado informal desta arte-luta nas ruas das cidades brasileiras predominou até meados da década de 50.
            Atualmente, a maioria dos capoeiristas refere-se à Angola como uma das formas de se jogar a capoeira, não propriamente como um estilo metodizado de capoeira. Para os não iniciados nesta luta, é importante lembrar que a velocidade e outras características do jogo da capoeira estão diretamente relacionados com o tipo de "toque" executado pelo berimbau. Entre vários outros, existe aquele denominado toque de Angola, que tem a característica de ser lento e compassado. Dessa forma, "jogar Angola" consiste atualmente, na maioria dos casos, em jogar capoeira ao som do toque de Angola.
            Dessa forma, a maioria das academias e associações de capoeira do Brasil, ao realizarem suas rodas, têm o hábito de dedicar algum tempo ao jogo de Angola, que nem sempre corresponde àquilo que os antigos capoeiristas denominavam Capoeira Angola. Atualmente, o jogo de Angola caracteriza-se por uma grande utilização das mãos como apoio no chão, e pela execução de golpes de pouca eficiência combativa, mais baixos e mais lentos, realizados com um maior efeito estético pela exploração do equilíbrio e da flexibilidade do capoeirista.
            De fato, seria tarefa muito difícil reproduzir detalhadamente as movimentações e os rituais da antiga capoeira, mesmo porque ela, como qualquer instituição cultural, tem sofrido modificações ao longo de sua história. No entanto, estamos vivendo, há alguns anos, uma intensa preocupação de recuperação do saber ancestral da capoeira, através do contato com os velhos mestres.
            Este fato demonstra uma saudável preocupação da comunidade da capoeira com a preservação de suas raízes históricas. Afinal, se recordarmos que a capoeira, como arte-luta que é, engloba um universo muito mais amplo que simplesmente as técnicas de luta, veremos a quantidade de informações que podem ser obtidas junto aos antigos capoeiristas, que vivenciaram inúmeras situações interessantes ao longo de muitos anos de prática e ensino da arte-luta.
            Acreditamos que algumas das mais relevantes características da Angola a serem recuperadas para os dias de hoje são: a) a continuidade de jogo, em que os capoeiristas procuram explorar ao máximo a movimentação evitando interrupções na dinâmica do jogo; b) a importância das esquivas, fundamentais na Angola, em que o capoeirista evita ao máximo o bloqueio dos movimentos do adversário, procurando trabalhar dentro dos golpes, aproveitando-se dos desequilíbrios e falhas na guarda do outro; c) a capacidade de improvisação, típica dos angoleiros, que sabiam que os golpes e outras técnicas treinadas no dia-a-dia são um ponto de partida para a luta, mas precisam sempre ser moldadas rápida e criativamente à situação do momento; d) a valorização do ritual, que contém um enorme universo de informações sobre o passado de nossa arte-luta e consiste em um grande patrimônio cultural. A antiga capoeira marcava-se por um grande respeito aos rituais tradicionais, diferentemente do que ocorre nos dias de hoje.
            Atualmente, são raras as academias que adotam a denominação de Angola ou Regional para a capoeira que é ali praticada. E, entre as que se identificam como Capoeira Regional, poucas demonstram efetivamente relação direta com o trabalho desenvolvido por Mestre Bimba. Na verdade, os mestres e professores de capoeira afirmam jogar e ensinar uma forma mista, que concilia elementos da Angola tradicional com as inovações introduzidas por Mestre Bimba.
            De fato, como afirmamos anteriormente, delimitar a separação entre essas duas escolas da capoeira é algo muito difícil hoje em dia, e há muitos anos sabe-se que a tendência é que a capoeira incorpore as características dessas duas escolas. No entanto, é fundamental que os capoeiristas conheçam a sua história, para que possam desenvolver sua luta de maneira consciente. A Capoeira Angola e a Capoeira Regional estão fortemente impregnadas de conteúdo histórico, e não se excluem. Completam-se e fazem parte de um mesmo universo cultural.



[1] Artigo de Luiz Renato Vieira, publicado  na Revista CombatSport, n. 21, set. 1994. (Também publicado no Jornal da Capoeira, São Paulo, n. 2, 1996 e no Jornal Muzenza, Curitiba, n. 14, jul. 1996.

MESTRE ALCIDES / CACO VÉIO

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CURSO DO MESTRE CAMISA EM 1991- FMU SPAULO

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